“Ninguém obtém sucesso em nada na vida sem desenvolver algumas
características pessoais, superar medos e bloqueios, aprender a perdoar,
desenvolver a coragem e o poder pessoal, a capacidade de ser feliz independente
dos fatos, enfim, muitas situações aparecerão para nos tirar de nossa zona de
conforto até que aprendamos todas as lições que nós mesmos escolhemos vivenciar
antes mesmo de encarnar.”
Mudando
padrões negativos
por Rodrigo Durante - t.multidimensional@gmail.com
Ao longo de nossas vidas, acumulamos muitos conceitos de como nós
e as coisas são, como certas pessoas agem e, assim, vamos escrevendo nossa
história, pautados em fatos e interpretações na maioria das vezes baseadas no
medo, no sofrimento e nas limitações. Todos temos sonhos e desejos mas ninguém
passa a vida sem ter algum frustrado. Isso ocorre pois em nossa cegueira não
percebemos que o que queremos às vezes nada têm a ver com nossa essência, com a
expressão mais pura de nosso Ser. A maioria de nossos desejos aparecem para
tapar algum buraco, satisfazer alguma carência, uma solução alternativa
"de fora para dentro" que muito fracamente nos satisfaz, logo
precisando de mais alguma coisa que supra esta falta.
Nascemos com alguns aprendizados pré-determinados, pontos de
vista, vibrações a desenvolver. Nossos desejos são meramente artifícios para
aliviar a falta que estas vibrações nos fazem, para nos manter em uma zona de
conforto por um pouco mais de tempo antes de iniciarmos o trabalho que
verdadeiramente viemos fazer aqui.
Começamos, então, nosso caminho de autocura pela dor das
frustrações, quando já tentamos de tudo, mas, mesmo assim, as coisas continuam
do mesmo jeito, as mesmas histórias se repetindo sempre. É assim que
desenvolvemos de forma produtiva uma mentalidade de olhar para dentro e buscar
aquela ferida onde uma pitada de amor seria o melhor remédio. A ilusão de que a
cura virá de fora ainda é muito forte, mas sem o nosso envolvimento, nossa
própria mudança e consentimento nada em nossa vida mudará.
A primeira questão a nos direcionar para dentro são nossos
relacionamentos, são os melhores espelhos para nos enxergarmos, para nos
mostrar onde estamos errando. Todos nossos relacionamentos serão curados a
partir de nós mesmos, ou seja, nós temos que mudar para que eles mudem.
As descrições que temos registradas sobre nós mesmos, nossos
familiares e afins têm que mudar, pois nós não nos relacionamos com as pessoas,
mas sim, com a imagem que fazemos delas. Só mesmo uma pessoa totalmente
desperta consegue se relacionar com o que as pessoas realmente são em essência
e, em essência, todos são Deus.
Se temos muito fortemente registrado que somos de tal maneira, que
os outros são tal maneira, que sempre sofremos tal tipo de coisas, que a vida é
de tal maneira e ficamos esperando que todos de uma hora para outra fiquem
perfeitos do jeito que sonhamos, isso não irá acontecer e mais uma vez iremos
nos frustrar, pois a mudança começa em nós.
Ninguém obtém sucesso em nada na vida sem desenvolver algumas características
pessoais, superar medos e bloqueios, aprender a perdoar, desenvolver a coragem
e o poder pessoal, a capacidade de ser feliz independente dos fatos, enfim,
muitas situações aparecerão para nos tirar de nossa zona de conforto até que
aprendamos todas as lições que nós mesmos escolhemos vivenciar antes mesmo de
encarnar.
Por isso, nossos relacionamentos mais próximos e todas as
dificuldades que passamos com eles são tão abençoadas, pois são nossos maiores
aprendizados. Vemos refletidos neles partes nossas muito profundas, o que menos
gostamos na gente e o que mais temos dificuldade de enfrentar. Preste atenção
como todas as soluções que imaginamos para nossos problemas e irritações são
sempre atalhos para nos manter em uma zona de conforto. Dizemos sempre que o
outro ou as coisas é que têm que mudar, nós somos sempre os certos da estória.
O medo de olhar para dentro é grande, a vaidade e o orgulho sempre colocarão a
culpa no outro.
Nossas preocupações e ansiedade também são muito grandes para
atingirmos certo objetivo, o que também acaba dificultando de enxergarmos as
coisas como elas realmente são. Entendam que aquilo que queremos chegará até
nós, mas talvez não da forma que imaginamos. Não sem antes nos tirar de nossa
zona de conforto e nos forçar aprender mais sobre nós mesmos, a fazer-nos
crescer e nos fortalecer, a nos amarmos e nos aceitarmos incondicionalmente.
Praticamente todos os grandes problemas que nos afligem atualmente
têm a ver com nossa autoimagem, amor próprio, o valor que damos a nós mesmos.
Com comportamentos que nos condicionamos a ter para conseguir das pessoas o
amor e o valor que ainda estamos aprendendo a nos atribuir. Sentimo-nos ainda
inferiores, incompletos, acreditamos que precisamos fazer algo para sermos
queridos, nos comportarmos de tal maneira que seja aceitável, trabalhar feito
loucos em algo por suas recompensas, falar e nos expressar como acreditamos que
vão gostar.
Sem perceber o desalinhamento que isto nos causa, energeticamente
criamos máscaras, personagens que incorporamos para agradar ao mundo, nos
protegermos ou conquistar o que queremos. Estas máscaras ganham tanta força que
em determinado momento não as percebemos mais, achamos que somos nós mesmos.
Criam-se desde nosso chakra frontal causando sérios incômodos na cabeça e se
alimentam por laços do segundo e terceiro chakras já construídos sob esta
energia de pouco amor próprio e pouca autovalorização.
Isso já trazemos de outras vidas, mas nesta se refletiu atraindo
de nossos pais e relacionamentos próximos comportamentos que nos fizeram
manifestar este "desamor próprio" novamente. Sempre tivemos que fazer
algo ou nos comportar de tal maneira para conseguir o amor dos pais. Tínhamos
que sorrir, ser educados, comportados, tirar notas altas, ser magros e santos
para ganharmos recompensas, que muitas vezes eram materiais quando só
precisávamos de um carinho e aceitação.
Tudo isso são feridas de nossa criança interior. Muitas feridas
fazem nossos personagens buscarem fora o que não damos para nós mesmos. A cura
disso, juntamente com toda ajuda que conseguirmos, é um processo pessoal,
devemos buscar conscientemente enxergar nossas qualidades únicas e nos amar do
jeito que somos. Sem comparações ou modelos de perfeição herdados, impostos ou
autoimpostos. Quanto mais nos amamos mais os outros nos amam. Quanto mais nos
respeitamos mais os outros nos respeitam. Quanto mais nos valorizamos mais
coisas boas atraímos para nossa vida.
E o que realmente precisamos em nossa vida é Amor. E quando as
feridas, crenças, imagens e rótulos negativos que criamos forem substituídas
por esse Amor, nosso mundo se transformará.
Certamente, no caminho para nos libertarmos das ilusões de nossos
personagens e nos realinharmos a nossa essência encontramos muitas dores,
feridas e bloqueios profundos, crenças, imagens e conceitos envolvidos. Mas não
há outra alternativa senão o nosso envolvimento consciente e o compromisso com
nós mesmos. Procurar em nós mesmos a resposta para o que nos incomoda, pois
tudo o que passamos no externo é um reflexo do interno.
Os resultados que obtemos só dependem da nossa própria mudança. No
caminho, busquemos a paz. Busquemos abrir mão de crenças fixas a respeito de
como a vida e as pessoas são. Deixemos a luz entrar e nos mostrar onde estamos
agindo em desacordo com nossa própria essência. Estejamos abertos a aceitar
nossas falhas e dispostos a colocar amor onde antes só haviam sombras. Vocês
vão sentir a diferença, não tem como não sentir, pois quando nós mudamos, a
vida nos acompanha.
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