domingo

Você tem medo do desconhecido?

por Flávio Bastos

"Não há despertar sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão". (Carl Jung)
No fundo de suas mensagens, tanto Jesus Cristo, Buda, quanto Sigmund Freud, Carl Gustav Jung ou Albert Einstein, entre outros, quiseram dizer a mesma coisa, ou seja, que ninguém se torna consciente, iluminado, sem ter passado pelo caminho da escuridão e da dor.
Pode parecer masoquismo, mas somente superamos nossas crises pessoais se dominamos o medo de enfrentar o desconhecimento de si mesmo, que é o sentimento de insegurança representado pelo receio de visualizar com um melhor nível de lucidez, as origens de nosso sofrimento.
Quando enfrentamos as desagradáveis surpresas ou os desafios que a vida costuma oferecer, adquirimos uma firmeza interior que torna a nossa alma "calejada" para o enfrentamento de novas experiências. Chamamos a isso de capacidade de superar a dor pelo processo de autodescobrimento.
A experiência da dor, quando assimilada pelo processo de aprendizado natural ou de elaboração consciente através da psicoterapia de âmbito interdimensional, torna-nos pessoas mais humildes, menos orgulhosas e egoístas, propiciando, desta forma, uma abertura para o despertar de valores espirituais.
Nesta direção, o ego não precisa -e nem deve- ser anulado por valores que transcendem a realidade material, mas aceito como uma instância da personalidade que mantém o indivíduo ligado às necessidades de sobrevivência e de crescimento pessoal exigido pela dimensão terrena.
No entanto, uma vez controlado os excessos do ego, que tanto sofrimento têm causado ao homem em forma de desequilíbrio bio-psíquico-espiritual, o indivíduo passa a perceber uma outra realidade dimensional associada a sua legítima e intransferível identidade: a espiritual.
Portanto, ter medo do desconhecido é ter medo daquilo que não conhecemos em nós mesmos e no outrem, pois a natureza humana é a mesma em qualquer lugar do planeta Terra.
Como desconhecemos a natureza humana, adquirimos medos que se estruturam psiquicamente durante as muitas vidas do espírito imortal. Medos que resultam em patologias do corpo e da alma em perfeita sintonia com experiências do passado.
Vínculos com o pretérito, que devido à nossa falta de discernimento, provoca-nos níveis de sofrimento vida após vida, até percebermos que a experiência da dor tem um profundo significado para o despertar de consciência.
Despertar de consciência que não ocorre sem antes passarmos pelo processo de aprendizado no palco da vida, onde o ego costuma exibir-se como ator que não encontra concorrência no cenário da reencarnações...
Palco ou cenário onde deixar a vida passar sem o envolvimento relacionado a possíveis descobertas, torna-se mais cômodo do que partir para o enfrentamento de medos cujas verdades podem assustar pelo fato de pertencerem ao âmbito do desconhecido.
O despertar de consciência, portanto, nos tira do marasmo das acomodações que construímos com o passar das vivências no corpo físico. Situação que desencadeia uma série de inéditas experiências ligadas à nossa natureza de permanente vínculo interdimensional.
Apesar de sermos seres dotados de excepcional capacidade de evolução, aprendemos a não ter medo do escuro de nossas limitações, quando acordamos para a claridade de consciências reveladas à imagem do Criador.
Há muitos anos tentamos compreender a mensagem de Mahatma Gandhi vinculada à anti-violência, ou a mensagem de Albert Einstein à necessidade de expandirmos a consciência. Na verdade, torna-se difícil a compreensão de que estas mensagens estejam simbióticamente envolvidas com as obras de Jesus Cristo, Buda, ou com os estudos de Sigmund Freud ou de Carl Gustav Jung.
Entretanto, a síntese destas mensagens revela um mesmo sentido para a existência humana: a cura do sofrimento através do despertar de consciência para as verdades que se encontram internalizadas em cada indivíduo dotado de inteligência e livre-arbítrio.

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